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A cadeira de rodas de Elias Pereira é coadjuvante na sua história, e não o impede de nada – na verdade, o motiva a fazer cada vez mais. Mais vídeos, mais risadas, mais jogos, mais vida. [caption id="attachment_11745" align="alignleft" width="300"]Aluno do projeto Vôlei em Rede, Elias Pereira é exemplo de superação Aluno do projeto Vôlei em Rede, Elias Pereira é exemplo de superação[/caption] Todo mundo que interage com Elias Pereira, 13 anos, do Núcleo Taquara – Rio/RJ, diz as mesmas coisas: o quanto ele é comunicativo, calmo, participativo, dedicado, esforçado. Mesmo com todas as dificuldades que enfrenta, continua com um sorriso no rosto. Com aproximadamente seis meses no projeto Vôlei em Rede, ele se destaca, se transforma e se supera a cada dia que passa. No Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Compositor Donga, escola onde estuda e sede do projeto Vôlei em Rede, ficava na sala de leitura, mais retraído. A professora do Núcleo Taquara, Fernanda May, conta um pouco como começou sua história com o vôlei: “As aulas de educação física dele terminavam pouco antes de começar a aula do projeto Vôlei em rede, e toda vez que ele me via, pedia para entrar”. [caption id="attachment_11747" align="alignright" width="300"]Aulas de Minivôlei com a professora Fernanda May, do Núcleo Taquara – Rio/RJ, contribui para o desenvolvimento de Elias Aulas de Minivôlei com a professora Fernanda May, do Núcleo Taquara – Rio/RJ, contribui para o desenvolvimento de Elias[/caption] A mãe, Lilian Pereira, sempre motivou o filho a ir além da sala de aula: “Ele começou inseguro, sabe? Mas eu o incentivei mesmo assim, porque queria que ele soubesse que ele é sim uma criança normal e pode fazer qualquer coisa”. E assim começou – no dia que pegou o uniforme, boné e mochila do projeto Vôlei em Rede, os olhos de Elias brilharam. Sua perseverança encontraria terreno fértil no esporte: aprender a não desistir é essencial. O projeto Vôlei em Rede não apenas estimulou-o a praticar uma atividade: também o deixou mais confiante, apresentou novos amigos, e incentivou a continuar seguindo. “Antes ele subia os dois andares de escada para o ginásio com ajuda dos amigos. De outubro para cá, ele diz que não quer mais subir no colo e começou a sair da cadeira. Ele diz que um atleta não anda no colo”, contou a professora. Hoje, Elias não fica mais apenas na sala de estudos. Uma vitória e alegria pessoal de Elias foi quando, estimulado por Fernanda, apoiado na parede, realizou uma manchete perfeita de pé. Elias é amigo de todo mundo e envolve toda a turma para jogar com ele – o vôlei sentado, uma das adaptações da professora, é uma das atividades favoritas de toda a turma. [caption id="attachment_11749" align="alignleft" width="225"]Mãe, Lilian, acompanha filho durante passeio de final de ano dos alunos do projeto no Museu do Amanhã Mãe, Lilian, acompanha filho durante passeio de final de ano dos alunos do projeto no Museu do Amanhã[/caption] A estagiária Marta, da Coordenadoria Regional de Educação do Rio, acompanha-o nas aulas e viu, em primeira mão, as transformações promovidas pelo esporte na vida do Elias: “Ele vem de uma comunidade de Jacarepagua, e tudo na vida dele mudou quando ele foi convidado a participar das aulas do núcleo. Sua autoestima nunca esteve tão alta, porque ele percebeu que a cadeira não poderia limitar suas oportunidades”, contou. Além de estar mais confiante e mais próximo dos colegas, o projeto trouxe transformações para toda a vida. No passeio de final de ano de 2019, Elias e Lilian foram para o Museu do Amanhã. Ela conta: “A gente sempre passava na frente e nunca entrava. Dessa vez a gente finalmente visitou por causa do Vôlei em Rede”. Ele, além de participar do evento, também conversou super bem sobre tudo o que viu. “Achei o máximo! Meu sonho era conhecer o Museu. Gostei muito de entrar no projeto, não só por aprender o vôlei, mas por todos os amigos que ganhei”, contou. Essa é, aliás, uma das principais características de Elias: sua ótima disposição para aprender e vencer os obstáculos causados pela paraparesia (uma forma de paralisação parcial dos membros inferiores) é inspiração para as outras crianças e adolescentes, e também dá conselhos e ajuda os outros colegas a continuarem seguindo e avançando no projeto. [caption id="attachment_11751" align="alignright" width="300"]Ao lado da professora Fernanda May e com o apoio da escola, professores e amigos, Elias voa longe! Ao lado da professora Fernanda May e com o apoio da escola, professores e amigos, Elias voa longe![/caption] Sua autoestima nunca esteve tão alta, e ele não se sente mais preso na cadeira. Agora, ela é coadjuvante em sua história, e ele é o personagem principal: ele é o atleta que não sobe no colo para a quadra. Ele é o atleta que participa de projetos de natação (e ganha muita medalha!) e equitação. Ele é o cara que produz vídeos para o Youtube (em que ele ilustra, com ares de diretor de cinema, o dia a dia – clique aqui e confira). Ele é o cara que quer ser bombeiro. Ele é amigo de todo mundo, é querido no projeto e ajuda os professores sem pestanejar. Elias Pereira é o cara! Fotos: Divulgação IC e Rossini Moraes Parceiros Institucionais: Uptime, Stone, Sextante e Delírio Tropical. Parceiros dos Núcleos Rio/RJ do projeto Vôlei em Rede: Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro/RJ e, via Lei Federal de Incentivo do Esporte da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Enauta e Stone. Para ver o vídeo de comemoração de final de ano dos alunos dos 15 Núcleos Rio/RJ no Museu do Amanhã, clique aqui!