Das praias de Guaratuba/PR aos bosques de Pomerode/SC
[caption id="attachment_11533" align="alignleft" width="300"] Fernanda (no centro da imagem) inicia sua história no projeto Vôlei em Rede aos 11 anos de idade, inspirada pela irmã[/caption]
Ex-aluna do projeto Vôlei em Rede, Fernanda Martins, se apaixonou pelo esporte, jogou profissionalmente e hoje retorna como voluntária
“A Fernanda foi minha primeira voluntária antes mesmo de existir o Compartilhando um Ideal (ação complementar de voluntariado do Instituto Compartilhar). Ela me auxiliava nas aulas e nos eventos por vontade própria”. É assim que a ex-aluna, hoje com 18 anos, é lembrada com carinho por sua amiga e professora de educação física do Colégio Estadual Joaquim da Silva Mafra, sede do Núcleo Guaratuba/PR do projeto Vôlei em Rede, Cássia Melchioretto.
Fernanda, ou Fê, como é chamada no projeto, começou como muitas outras crianças e adolescentes que entram na quadra todos os dias. Aos 11 anos, se interessou quando viu a irmã (dois anos mais velha) participando – o plano não era necessariamente jogar vôlei, e sim sair de casa, se divertir, fazer amizades. Contudo, o esporte foi conquistando Fernanda aos poucos.
[caption id="attachment_11535" align="alignright" width="300"] Além de participar, Fernanda torna-se voluntária das aulas e eventos do Núcleo Guaratuba/PR[/caption]
Além de criar gosto pelo esporte, a prática também a ajudou na vida pessoal. “A minha primeira mudança foi dentro de casa: meu comportamento mudou com a minha mãe, procurava oportunidades de ajudar, limpava a casa, essas coisas”, contou. O projeto Vôlei em Rede incentivou Fernanda a ajudar ainda mais ao próximo e a desenvolver a responsabilidade e a autonomia, valores presentes na Metodologia Compartilhar de Iniciação ao Voleibol.
A brincadeira do vôlei começou a ficar cada vez mais séria, e ela começou a pegar gosto. A professora Cássia viu ali um grande potencial se aprimorando em quadra, e uma habilidade ainda maior com valores e comportamentos importantes como liderança, proatividade, vontade em ajudar, dinamismo e determinação – percebidos no voluntariado e também na execução do jogo em si.
Toda essa naturalidade e capacidade para melhorar a cada dia culminou em sua primeira peneira oficial para um time em 2016 – mesmo não tendo sido aprovada, essa primeira tentativa foi combustível suficiente para continuar. Em 2017, depois de jogar em Gaspar/SC, demonstrar excelência no esporte e um desempenho satisfatório em uma peneira em Pomerode/SC, o treinador Manoel a convidou a ficar no time. “Eu tive uma semana para resolver tudo e me mudar, foi bem corrido, tive que me despedir de todo mundo, mas foi a melhor coisa que eu já fiz”.
[caption id="attachment_11538" align="alignleft" width="300"] Fernanda e a professora Cássia criam laço de amizade que vai além das quadras[/caption]
A professora Cássia esteve do lado em todos os momentos. “Acredito que criamos uma relação de confiança que vai além de professora e aluna, de técnica e atleta. Somos um pouco mãe e filha, mas principalmente amigas. É uma confiança de mão dupla, gosto de saber a opinião dela e refletirmos juntos para decisões importantes”, contou.
Quando a oportunidade surgiu, Cássia ajudou com a decisão, porque seria um passo enorme para a carreira. Em Santa Catarina, Fernanda conseguiu uma bolsa de estudos integral em um colégio particular e finalizou o ensino médio por lá. “Tenho certeza que ela será uma excelente professora de educação física! Ela já mostra uma incrível afinidade com a profissão”, disse Cássia.
Em 2017, Fernanda jogou em quadra e, em 2018, jogou vôlei de areia. Hoje, a ex-aluna retornou para Guaratuba e trabalha voluntariamente no projeto Vôlei em Rede, ajudando os alunos com sua experiência e passando os valores que também aprendeu. O vôlei abriu carreira, deu sonhos e possibilidade de viajar.
[caption id="attachment_11541" align="alignright" width="225"] Em Pomerode/SC, Fernanda joga profissionalmente vôlei de quadra e de areia[/caption]
Para ela, a base de tudo isso foram os valores ensinados desde o comecinho. “O projeto ajuda não só a aprender a executar uma manchete ou a dar o saque, mas também os valores de ser capitã, ter respeito com juízes e treinadores... não se aprende apenas como agir na quadra, mas como se comportar na vida toda”, explicou Fernanda.
Cooperação, responsabilidade, respeito e autonomia a ajudaram e ajudam nessa fase de vestibulares e transição para a vida adulta, e enquanto Fernanda estuda para se tornar uma profissional de educação física, continua como voluntária no projeto em sua cidade, auxiliando e inspirando os novos alunos a se tornarem adultos comprometidos com uma sociedade cada vez melhor através dos valores aprendidos com o esporte.
Fotos: Divulgação IC
Parceiros Institucionais: Uptime, Sextante e Delírio Tropical.
Parceiros dos Núcleos Paraná do projeto Vôlei em Rede: Governo do Estado do Paraná, Itaipu e, via Lei Federal de Incentivo ao Esporte da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Klabin, Grupo Positivo, Stone, Condor, Previsul, Peróxidos Brasil, Comerc, Berneck, Alltech, Elejor, Vianmaq e Itambé.