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Trocas de conhecimento e experiências no ensino de vôlei para crianças e adolescentes marcaram a Clínica IC de Minivôlei 2022 que terminou neste sábado (8). O evento ocorreu no Centro Universitário UniBrasil, em Curitiba (PR), e reuniu cerca de 20 profissionais e estudantes de educação física de diversos locais do país que já trabalham ou tem o interesse de atuar no esporte, em sua fase inicial de formação das crianças.

Ao todo, foram três dias de atividades reuniu aulas teóricas e práticas sobre a Metodologia Compartilhar de Iniciação ao Voleibol. Um método que preza pela adaptação do tamanho da quadra, altura da rede e número de jogadores às capacidades físicas e de desenvolvimento das crianças, facilitando a aprendizagem e gerando uma experiência positiva para a garotada.

“O que os participantes da Clínica viram foi como nós ensinamos voleibol há 25 anos, fazendo com que as crianças gostem das aulas e queriam voltar no dia seguinte. Ensinamos um esporte complexo de um jeito simples, em um espaço reduzido e proporcionando muito mais o acerto do que o erro. Dessa forma, valorizamos os processos e não os resultados, oportunizamos a maioria das crianças e não apenas aquelas que apresentam habilidades”, explicou o gerente executivo do Instituto Compartilhar, Luiz Fernando Nascimento.

Uma maneira de ensinar diferente que fez com que o aluno do 5º período de Educação Física da Universidade Técnológica Federal do Paraná (UTFPR) e que já jogou em equipes de vôlei, Vinicius Barbosa, refletisse como trabalhar de maneira propositiva. “A metodologia utilizada não é necessariamente única, mas a forma como o Instituto Compartilhar ensina a torna única, seja na forma como abordam os conteúdos, como trabalham no dia a dia ou como abraçam as crianças. Quando eu aprendi o esporte, o foco era voltando para o rendimento em si, então pulávamos algumas etapas. Percebi que quando você trabalha a base construindo uma relação entre aluno e professor, você percebe a diferença na vida daquele aluno”, contou. 

Conhecimentos que também serão transmitidos para outros professores de outros municípios, como Pérola, no noroeste do Paraná. A prefeitura enviou três pessoas de sua equipe para aprender mais sobre a Metodologia Compartilhar de Iniciação do Voleibol e aplicar nas escolas e times da cidade.

“A ideia é que todos os nossos professores tenham a oportunidade de se capacitar e nós temos o apoio da prefeitura neste sentido. A Clínica foi uma experiência ímpar onde foram passados para a gente conhecimentos que vemos como acadêmicos, mas acabamos por não nos aperfeiçoar. Vamos levar tudo o que aprendemos aqui para os demais colegas do município e das cidades vizinhas. Quem sabe trabalhar para levar uma próxima Clínica para a região?”, indagou Gilson Luiz de Carvalho, Diretor de Esportes da Prefeitura de Pérola. 

Metodologia que já é usada nas aulas do professor da rede pública de ensino de Guaratuba, no litoral do Paraná, Paulo Rocha. Ele participou da sua segunda Clínica IC e utiliza trabalha com crianças de 8 a 12 anos. 

“Eu já trabalho com essa metodologia nas minhas aulas e tudo o que eles falam aqui é o que realmente dá certo. A gente percebe no desenvolvimento e comportamento das crianças dentro e fora das quadras, seja na escola ou com a família. Eu sempre recebo elogios dos pais quanto a motivação e o empenho das crianças e isso é o que compensa o nosso trabalho”, contou.

Além de conteúdos técnicos para o ensino do esporte, a relação aluno e professor também foi tema de um bate-papo especial com a psicóloga Lindamar L. Bottega Vendruscolo que ministrou a aula “Professores e Alunos: relações de aula e aprendizados para a vida”. O objetivo foi preparar os participantes da Clínica para a importância de uma relação saudável entre professor e alunos.

“A maneira como somos criados e como entendemos o mundo faz com que a gente enxergue ou não o outro, então quanto mais nós temos as nossas questões internas elaboradas, mais fácil é a gente compreender e respeitar o outro. Essa é uma reflexão importante para qualquer relação humana, principalmente quando lidamos com crianças e adolescentes que muitas vezes trazem questões internas e de casa que precisam ser cuidadas”, destacou.

As aulas foram ministradas pelos coordenadores do Instituto Compartilhar Ana Elisa Caron, Josmar Coelho, Tatiana Ribas, Katia Keller e Alexandro Martins, todos com larga experiência no ensino do esporte e utilização da Metodologia Compartilhar de Iniciação ao Voleibol que também possuem formações complementares e uma base sólida de conhecimento.

Toda a renda gerada a partir da Clínica será revertida para manutenção dos projetos e ações do Instituto Compartilhar em seus 40 núcleos, a maioria em escolas públicas, que auxiliam na formação de pessoas mais ativas e saudáveis, aptos a tomar decisões conscientes e responsáveis sendo participativos na sociedade e tolerantes. Sem falar dos benefícios gerados nas escolas e no ambiente familiar dos alunos.

A Clínica foi uma realização do Instituto Compartilhar com apoio do Cento Universitário Unibrasil e da Panificadora e Confeitaria Panetelli, que ofereceu os lanches servidos em todos os dias de Clínica.

Fotos: Carlos de Bomfim