O bom filho à casa torna: confira a história do ex-aluno de Francisco Beltrão/PR, Victor Pereira
[caption id="attachment_11714" align="alignleft" width="300"] Desde cedo, Victor (esq.) já se destacava pelo interesse no esporte e dedicação para ajudar os professores.[/caption]
Ex-aluno do projeto de voleibol no Paraná, hoje professor de educação física: Victor Pereira ensina e cuida da garotada seguindo o exemplo que teve de seus professores, quando participava das aulas do Instituto Compartilhar
Victor Pereira começou no vôlei no Núcleo Francisco Beltrão/PR na quinta série do Colégio Estadual Reinaldo Sass em 2002. Na época, o projeto Centro Rexona de Excelência do Voleibol o atraiu pelo objetivo de fazer amizades e necessidade de praticar um esporte, mas o que o fez ficar foram os professores de educação física Maria Antonieta (hoje diretora e colega de trabalho) e João da Rocha Ilha, além da vontade de competir, mesmo não sendo o propósito principal do projeto. Hoje também ministra aulas de vôlei, passa novos ensinamentos e valores, e é treinador de voleibol do Marrecas Clube, clube da cidade.
Victor começou na categoria Mini 3x3 (11 e 12 anos) – a aderência ao esporte, interesse e amor pelo jogo motivaram sua participação nos festivais Internúcleos (eventos de voleibol organizados pelo projeto entre os núcleos do Paraná). “Os jogos eram muito bons, as fases finais eram muito bem organizadas. Era uma oportunidade de reunir diversos alunos e conhecer gente nova”, contou. Ele seguiu até a última categoria, o Vôlei, aprendendo sobre cooperação, reponsabilidade, respeito e autonomia. Em seu último ano como aluno, principalmente por sempre auxiliar de forma proativa, Victor foi escolhido para participar de um sorteio entre todos os alunos do Paraná.
E ele ganhou – viajou, com tudo pago, para o Rio de Janeiro para acompanhar um jogo da Superliga do time Rexona e um circuito do Rei da Praia, no mesmo final de semana. Também teve a oportunidade de conhecer o treinador multicampeão de voleibol e fundador do Instituto Compartilhar, Bernardinho, e outros jogadores famosos do vôlei, algo único que nunca esqueceu – “foi uma experiência maravilhosa, inesquecível. Abrilhantou ainda mais o meu amor pelo voleibol”.
Victor não sabe dizer se escolheu ou foi escolhido a cursar Educação Física. O curso superior proporcionou inúmeras possibilidades – ao começar a graduação, a professora, também do projeto, Ilda Schmitz, ofereceu uma bolsa-auxílio para que ele a ajudasse nas aulas. “Óbvio que aceitei! Trabalhei um ano como estagiário, auxiliando e aplicando meus conhecimentos em quadra”, disse. Depois de adquirir experiência, um contato já familiar ofereceu uma vaga de professor. Sua ex-professora do projeto Rexona, Maria Antonieta, agora era Diretora de um colégio particular e o contratou para dar aula para o ensino fundamental 1 e 2 – e continua na escola até hoje, oito anos depois. “A base de valores que o projeto me deu influenciou na maneira de conduzir meus alunos. Até hoje, explico que acima de saber ou não jogar, o mais importante é a forma como são executados os valores”, explica Victor.
Maria Antonieta concorda: a metodologia inovadora do Instituto Compartilhar influenciou o modo do professor até hoje, além de muitos outros que seguiram na profissão. “Francisco Beltrão é uma cidade pequena, e a gente vê a mudança aqui. Todos os alunos que passaram foram tocados de alguma forma. Muitos dos que começaram no esporte continuaram na educação física, ou fizeram outro curso superior, ou começaram a empreender, e há um retorno. Foi o caso do Victor: ele me ajudou desde o começo, se destacou nas aulas com seu desejo de aprender e, por ter se tornado um ótimo profissional, foi alguém que a gente escolheu para continuar no colégio com a gente”, ela completou.
[caption id="attachment_11716" align="alignright" width="300"] Em evento recente no Núcleo Francisco Beltrão, Victor (à direita) relembra momentos que viveu como aluno do projeto de voleibol no Paraná[/caption]
Há dois anos, o professor propôs aos sócios do Marrecas Clube um projeto para iniciar uma escolinha de futebol. O Diretor de Esportes aprovou, e Victor começou os treinamentos com crianças de 8 a 15 anos, e também o Feminino Adulto. “Posso compartilhar não só meu aprendizado de professor, da educação física e as técnicas de vôlei, mas também de aluno, que aprendeu todos os valores adquiridos com muito esforço nessa trajetória”, contou.
Em agosto deste ano, Victor retornou ao Núcleo Francisco Beltrão/PR, de onde veio, e realizou um festival com o apoio do atual professor do projeto Vôlei em Rede, Jonir Fernandes. Eles levaram as crianças para participar de um jogo no centro de treinamento do Marrecas Clube (confira nesse link) e o ex-aluno, agora professor, pôde contar e explicar como sua vida mudou, como foi impactado pelo projeto, e como ele seguiu na área que tanto ama. “Por muito pouco eu não dei aula para o Victor, e a gente acabou se desencontrando até ele voltar ao projeto como professor do Marrecas e amigo do projeto. Hoje, um cara muito querido pelos seus alunos, se tornou um excelente profissional. Além de dar aula, é membro da equipe da cidade e atleta de vôlei. É muito competente, uma ótima adição ao Marrecas Clube, e é um aluno que saiu do projeto também”, contou Jonir.
O desejo de Victor é que as novas crianças, futuros alunos e até mesmo interessados no esporte acreditem que eles podem sim chegar onde querem, e tudo começa com dedicação e vontade de persistir nos sonhos, seguindo com os valores aprendidos. “Hoje sou um professor apaixonado pela educação e pelo voleibol, e sou muito grato ao projeto que despertou em mim todo esse interesse nesse esporte maravilhoso”, finalizou.
Fotos: Divulgação IC, Acervo Pessoal.
Parceiros Institucionais: Uptime, Stone, Sextante e Delírio Tropical.